sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Marcha da Família com Deus pela Liberdade


A Marcha da Família com Deus pela Liberdade foi o nome comum de uma série de manifestações públicas organizadas em resposta ao comício realizado no Rio de Janeiro em 13 de março de 1964, durante o qual o presidente João Goulart anunciou seu programa de reformas de base. Congregou segmentos da classe média, temerosos do perigo comunista e favoráveis à deposição do presidente da República.
A primeira dessas manifestações ocorreu em São Paulo, a 19 de março, no dia de São José, padroeiro da família. Articulada pelo deputado Cunha Bueno juntamente com o padre capelão estadunidense Patrick Peyton, com o apoio do governador Ademar de Barros, que se fez representar no trabalho de convocação por sua mulher, Leonor Mendes de Barros, organizada pela União Cívica Feminina e pela Campanha da Mulher pela Democracia, patrocinadas pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, o IPES.

Índice

Os métodos utilizado pelo IPES para fazer que houvesse manifestações eram simples, primeiro foram convocadas as esposas de empresários, doutrinadas sobre como o comunismo poderia ser prejudicial a elas e, principalmente seus filhos. Em seguida foram convocadas as esposas dos empregados das empresas participantes, sendo as mulheres doutrinadas pelas esposas dos patrões em reuniões de senhoras com fins filantrópicos e religiosos.
Simultaneamente eram distribuídos panfletos entre a população, supostamente endereçados aos fazendeiros e agricultores, outros panfletos davam ênfase à palavras chave, como democracia, subversão, liberdade, o clero fazia publicar mensagens dirigidas ao Presidente.
A sociedade cristã foi mobilizada para a primeira Marcha da Família com Deus Pela Liberdade. Dela participaram quinhentas mil pessoas no dia 19 de Março de 1964.
A massa humana saiu da praça da República chegando à praça da Sé sendo rezada uma missa pela "salvação da Democracia", pelo padre Patrick Peyton, capelão do Exército estadunidense, enviado pelo governo dos Estados Unidos.
Em 2 de abril de 1964 cerca de um milhão de pessoas participaram da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, no Estado da Guanabara.

O clero dividido

Por ser a maior comunidade católica das Américas, a maneira encontrada para fazer o povo se mobilizar no Brasil seria naturalmente pela religião, que foi usada habilmente pelos dois grupos ideológicos, um se utilizando da fé, da tradição e da moral, outro da libertação, da solidariedade e da igualdade.

O temor implantado

A classe média temia que o Brasil seria dominado pelos soviéticos e chineses, sentiu-se receosa de perder o seu poder aquisitivo e conseqüentemente seu modo de vida. Não se pode esquecer que para as esquerdas, o medo era o apregoado imperialismo.

A publicidade e a religião

O slogan utilizado pelos publicitários do movimento criado pelo padre estadunidense, foi: "A família que reza unida, permanece unida".

Nenhum comentário: