sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

SINCRETÍSMO


Sincretismo (do grego συγκρητισμός, originalmente "coalização dos cretenses", composto de σύν "com, junto" e Κρήτη "Creta") é uma fusão de doutrinas de diversas origens, seja na esfera das crenças religiosas, seja nas filosóficas.
Na história das religiões, o sincretismo é uma fusão de concepções religiosas diferentes ou a influência exercida por uma religião nas práticas de uma outra.

Índice

No Brasil, o sincretismo é um fenômeno bastante comum, mas é especialmente relevante na Bahia, onde há influência de crenças de religiões tradicionais africanas em rituais da Igreja Católica, segundo José Beniste, "valeu como poderosa arma para os negros manterem suas tradições. Sem ele, provavelmente, nem mesmo teriam podido manter os traços religiosos que ainda hoje se conservam".
Reginaldo Prandi, 2002, escreve: “Para se viver no Brasil, mesmo sendo escravo, e principalmente depois, sendo negro livre, era indispensável, antes de mais nada, ser católico. Por isso, os negros no Brasil que cultuavam as religiões africanas dos orixás, voduns e inquices se diziam católicos e se comportavam como tais. Além dos rituais de seus ancestrais, freqüentavam também os ritos católicos. Continuaram sendo e se dizendo católicos, mesmo com o advento da República, quando o catolicismo perdeu a condição de religião oficial.”
A assimilação Santo-Orixá era aparente e, inicialmente, serviu para encobrir a verdadeira devoção aos Orixá, pois no caso dos cânticos, eram efetuados em língua natural dos escravos e que ninguém entendia. Sua aceitação não interferiu nos ritos de forma direta a ponto de reverter e modificar o que deveria ser feito. Mas não há dúvidas de que este expediente levou muitos negros a abandonarem suas crenças, dedicando-se a aceitar a evangelização. Com isso foram criadas confrarias de negros que participavam como mesários da ordem.
Surgem aí as missas aos santos, uma prática baiana que antecedia as festividades dos Orixá a eles identificados. Este procedimento deve ser entendido como uma aparente aceitação católica, como forma de resistência e preservação das religiões africanas de maneira inteligente e que passou despercebida no transcorrer dos séculos".
O sincretismo também é comum na literatura, música, artes de representação e outras expressões culturais. (Compare com o conceito de ecleticismo.)

Sincretismo Religioso Católico-Germânico

Durante o periodo de decadência de Roma, os germânicos começaram a entrar em seus territórios, de forma pacífica (e armada) misturando as culturas (cristã romana com a mitologia germânica). Roma se tornara cristã em certo tempo e tentou cristianizar os germânicos, mas estes estavam muito ligados com sua cultura, por isso, com a bênção da Igreja, as festas e rituais tidos como pagãos se tornaram santos, se adaptando aos ideais cristãos. Demonstrações disso são, a instituição da Páscoa, que têm como origem a festa para Eostre (sendo o nome da páscoa na língua inglês, Easter) adaptando esta festa que ocorria no equinócio de primavera (período da atual páscoa) e que celebrava-se com ovos pintados e considerações de coelhos e lebres a essa deusa, práticas tidas pela Igreja como pagãs, mudando este festival para uma comemoração da morte de Cristo que é tida como uma vitória de Cristo sobre seus desafios terrestres pela Igreja Católica. Outra santificação feita dessa forma foi a lenda germânica de Siegfried, conhecido nas lendas por matar o dragão Fafnir, transformando-o em um santo, o chamado São Jorge, pelo poder da Igreja.

Notas e referências

[editar] Ligações externas
Notas sobre o sincretismo religioso no Brasil
Os Negros e o Sincretismo

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